A vaca não dá leite

As redes sociais nos inundam de informações, e a maior parte delas se vai com a mesma rapidez com que chega. Porém o que nos toca fica. E foi isso que aconteceu com o vídeo de um trecho de uma palestra do filósofo e escritor Mario Sergio Cortella, por quem tenho grande admiração, que vi no Instagram. Cortella contou uma história linda sobre os filhos: quando completassem 12 anos, teria algo muito importante para lhes dizer, uma lição para levarem pro resto da vida. No dia do aniversario de 12 anos, seu filho acordou cedo e ansioso para finalmente ouvir o ensinamento de seu pai. E Cortella disse: “a vaca não dá leite”, completando que é necessário alguém (ou uma máquina ou o próprio bezerro) apertar sua teta para retirar o leite. Ou seja, precisamos sair da inércia para alcançarmos nossos objetivos. Precisamos ser ativos, pois o leite não sai sozinho da teta da vaca.

Esta frase me fez refletir sobre muitos passos que dei na minha vida, mas também me fez pensar além…

Será que a vaca quer doar o leite dela ou somos egoístas ao ponto de roubá-lo, submetendo as vacas a injeções de hormônios para produzirem mais leite, antibióticos para tratá-las de mastite e a dor insuportável que é ter uma máquina apertando sua teta ferida? Este é o cenário do cotidiano de muitas vacas no sistema de produção industrial e convencional. Bom, fica a pergunta….

Enquanto isso, faço um paralelo com as mulheres, as fêmeas da nossa sociedade. Somos vistas como doadoras do nosso tempo e trabalho (não remunerado) em nome do amor para criar os filhos, cuidar do marido e arrumar a casa. É importante frisar que para o capitalismo, sistema sócio-econômico em que vivemos, a força de trabalho é o seu maior bem. Ele é produzido e reproduzido majoritariamente e exclusivamente, pelas mulheres. Somos nós que cuidamos, alimentamos, mandamos para a escola e damos banho nas nossas crianças, nossas ou da patroa.

Amamentar é outro ato lindo, gostoso, nutritivo e fundamental para o bom desenvolvimento dos bebês, porém muitas vezes inatingível para muitas mulheres. É um ato impossibilitado pela licença-maternidade de 4 meses. Apesar de a OMS (Organização Mundial de Saúde) recomendar a amamentação exclusiva por pelos menos 6 meses, isso é impossibilitado pela falta de estrutura ou reconhecimento da importância desse ato pela maior parte das empresas ou até pelo machismo estrutural que assola nossa sociedade e recria homens que impedem suas parceiras de amamentar. O tempo, o trabalho e o leite são roubados de nós, mulheres.

Como disse meu amigo e psicólogo Alexandre Amaral numa recente entrevista que fiz com ele pro Canal da Bela: “a mulher que decide amamentar, está virando as costas pro capitalismo e por isso esse ato não é valorizado na nossa sociedade”.

Dentro dá lógica capitalista, existe uma grande apropriação da generosidade feminina. Por outro lado, existe um pseudoromantismo na escolha do verbo dar para explicar o que faz a mulher que consente no sexo, que pare um filho ou amamenta sua cria. A mulher dá!!! Replicando o jornalista Ivan Martins: “dar indica um ato autônomo de vontade. Quem dá não é roubado, quem dá não é forçado, quem dá escolhe dar, oferece ou atende a um pedido. Entrega algo que é dela. Entrega-se. Quem dá, afinal, não vende nem troca”. Concluindo, a mulher dá (de graça) a produção e reprodução da humanidade, e a vaca o leitinho morno que combina com o café e os outros que lucram com isso.

Que tal repensar a apropriação dessa generosidade?

 

Fonte: https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/bela-gil/2020/07/29/a-vaca-nao-da-leite.htm 

 

 

 

Olha o milho… é transgênico

Curau, canjica, pamonha, mugunzá, milho assado, pipoca e bolo de milho são algumas comidas típicas das festas juninas que sempre deixaram o mês de junho mais apetitoso. Que cereal versátil e delicioso!

As festas de São João celebradas no Brasil são herança portuguesa com toque indígena, pois na Europa, os portugueses comemoravam a colheita do trigo a partir do mês de junho. Como não havia trigo em terras brasileiras, os portugueses adotaram o milho cultivado pela população indígena. Segundo a tradição nordestina do plantio de milho, a semente é plantada no dia de São José, 19 de março, para ser colhido no dia de São João, no final de junho.

Atualmente, o Brasil celebra o milho não só nas festas juninas, mas também na Bolsa de Mercadorias e Futuros com as safras anuais para exportação (em 2019, o Brasil se tornou o maior exportador de milho do mundo, superando inclusive os Estados Unidos, com embarques de 44,9 milhões de toneladas). Esta realidade seria tolerável se 90% do milho cultivado não fosse transgênico, se 20% dos agrotóxicos utilizados no nosso país não estivessem no milho, se seu cultivo em monoculturas transgênicas não empobrecesse o solo, não desmatasse o nosso Cerrado e não estimulasse a fome mundo afora.

O debate sobre transgênicos é amplo e apesar de não haver estudos científicos que garantam que os transgênicos não façam mal à saúde humana, não vou debater sua segurança nutricional. Existe outra problemática com os transgênicos que me incomoda mais nos dias atuais: o patenteamento!

A semente do milho geneticamente modificada recebe um gene de outro organismo e essa alteração no seu DNA permite que mostre uma característica que não tinha antes. No caso do milho, a semente transgênica cria resistência a herbicidas e a insetos, supostamente facilitando o trabalho do agricultor. Na natureza, sempre ocorreram (e ainda ocorrem) alterações ou mutações naturais. No caso da transgenia, essa mutação é artificial.

As sementes naturais, ancestrais, criolas são guardadas e passadas de geração em geração para garantir o plantio e o sustento de muitas famílias, além de preservar a diversidade no campo. Uma vez que a semente se torna propriedade privada obrigando os agricultores a pagarem royalties (direito à exploração comercial) às empresas donas das sementes, produzir alimentos se torna muito mais difícil. Esta dependência dos agricultores para com as multinacionais donas de sementes intensifica a disparidade social entre os produtores rurais e afeta o agricultor financeira e psicologicamente, tornando muitas vezes sua profissão inviável.

Herdamos também de Portugal, do tempo da colonização, a produção de monoculturas para exportação como a cana-açúcar e o café. Esse sistema produtivo se replica e se intensifica com subsídio do governo para fortalecer a economia nacional como é o caso da soja, do milho, do café e do açúcar por exemplo. As monoculturas em larga escala, apesar de produzirem toneladas de commodities, não alimentam quem realmente precisa. Um país que tem como prato nacional o arroz e o feijão precisa importar feijão da Argentina para alimentar sua população, enquanto exporta soja para alimentar os porcos na China. Então é sempre bom lembrar que queremos comida, não commodities que enriquecem o bolso de poucos deixando tantos brasileiros com fome. Portanto, motivos para celebrar a safras do milho são poucos ou quase nenhum, mas continuemos celebrando São João e os guardiões das sementes de milho criolas.

Fonte: https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/bela-gil/2020/07/15/olha-o-milho-e-transgenico.htm

 

 

 

 

A Decisão

Muitos me perguntam como e quando eu me interessei por um estilo de vida mais saudável, uma alimentação natural e em que momento surgiu minha paixão pela cozinha. Tudo começou quando decidi praticar yoga em 2004. Eu tinha 14 anos e levava uma vida típica de adolescente carioca da zona sul: escola, praia, cinema, teatro, basquete, vôlei, festas, etc. Com a yoga e o livro “A Autobiografia de um Yogui” do Paramahansa Yogananda, eu ganhei consciência corporal e uma nova visão de mundo. Essa consciência corporal me fazia perceber como a comida afetava e influenciava a minha vida, física e mentalmente. Dependendo do que eu comida, o meu humor, foco, determinação, concentração e pratica variavam. E eu fui naturalmente evitando alimentos que me prejudicavam. Então eu conclui que a alimentação mexia com o meu corpo, mente e espirito e precisava entender melhor essa conexão entre alimentação e comportamento.  Por isso me apaixonei pela nutrição. Comecei a olhar a comida como uma forma de tratamento, prevenção e cura de doenças.

Já com 18 anos fui morar em Nova York, com um olhar mais alternativo e saudável em relação à alimentação e percebi que para comer bem o melhor jeito seria preparando minha própria comida. Cozinhei o meu primeiro feijão e me apaixonei pela culinária. E então me vi com duas grandes paixões na vida, a culinária e a nutrição, e resolvi me aprofundar nas duas. Fiz um curso de culinária natural no Natural Gourmet Institute, depois me matriculei num curso de nutrição ayurvedica também em NY, estudei com o professor Tomio Kikuchi em São Paulo e finalmente fiz a faculdade de nutrição na Hunter College em NY.

Agora estou morando de volta no Rio e apresentando o Bela Cozinha, um programa de culinária natural no canal GNT onde tento mostrar às pessoas que podemos ter uma vida saudável e sustentável através da alimentação. Quero mostrar que a comida vai além do que está no seu prato, que a comida pode ser uma ferramenta de mudança politica, social, ambiental e de saudabilidade.

 

 

Recife, Cheguei!

Vim pra Recife pra fazer um Spa e me encantei com a diversidade gastronômica da cidade, desde caldinho de caldeirada a folha de arroz. Minha primeira parada foi no mercado de São José onde encontrei frutas incríveis que nunca tinha vista ou até mesmo ouvido falar como pitomba, macaíba e cajaranga. Além das frutas que amo mas são difíceis de encontrar no Rio onde moro. Como por exemplo pitanga, umbu-cajá, mangaba, saputi e noni (essa fruta é tão especial que devo um post só para ela).

 

Outra coisa que me chamou a atenção foi a máquina de ralar o coco. É como se fosse um espremedor de laranja gigante. Vou postar o vídeo dele no instagram para vocês verem a praticidade. Martelos, nunca mais! Mas como a máquina é grande pra levar na mala, comprei um ralador de coco característico daqui de Pernambuco.

 

Ao redor do mercado, na rua da Praia achei uma loja de produtos naturais boa demais, chamada Empório Pura Vida. Josias, o dono, foi muito querido e me apresentou alguns de seus produtos especiais e fiquei encantada. Uma delas é a amêndoa torrada na casca. Nunca tinha visto nem pensado na ideia de fazê-la assim. Adorei! Lembrei muito do pistache e daquele ritual de quebrar a casquinha pra comer. É uma ótima opção para o lanche da tarde, porque você acaba não comendo tantas amêndoas como as que já vem descascadas.

 

Há um tempo escrevi um post, no blog antigo, sobre a pasteurização das amêndoas nos Estados Unidos. Agora, estou pesquisando mais sobre elas aqui no Brasil para poder dividir com vocês informações relevantes à nossa saúde.

No dia seguinte da minha chegada, às 5 horas da manhã já estava no meio de frutas e verduras na feira orgânica de Boa Viagem. Achei o horário meio cedo, mas quando cheguei lá percebi que os Recifenses não estão de brincadeira quando o assunto se trata de orgânicos. A feira já estava lotada e depois de 2hs não tinha mais nada!!! Para quem acha que esses produtos têm pouca diversidade e são caros, um tour na feira pode provar o contrário. Lá encontrei azedinha, manjericão roxo, couve chinesa e muito mais, cada um por 2 reais.

Guia Alimentar Para a população brasileira

 

Tenho recebido muitos emails e pedidos de dicas de livros sobre saúde, nutrição e culinária natural. Portanto, resolvi fazer uma pequena lista de livros que gosto muito para repassar a vcs e percebi que a maioria deles são americanos, mas mesmo assim vou postá-los em breve. Mas fiquei muito contente quando li o documento com a nova proposta para o “Guia Alimentar para a População Brasileira” desenvolvido pelo Ministério da Saúde. Achei o guia completo e com excelentes recomendações para um estilo de vida saudável e sustentável.

O novo guia começa explicando os princípios para uma alimentação saudável, dando recomendações gerais sobre como e porque comer bem além de dar dicas de como preparar, armazenar e lavar os alimentos e o melhor modo de consumí-los.

Uma das frases do guia que vale destacar é: “Faça de alimentos a base da sua alimentação”. Sempre gostei de enfatizar o hábito de comermos comida de verdade, porque o resto pra mim, são produtos maquiados de alimentos. Produtos ultra-processados podem até matar a fome mas não nutre ninguém!!

Também gostei de ver que o guia toca bem no assunto de sustentabilidade e conscientização ambiental e com isso faz o leitor refletir melhor sobre suas escolhas alimentares. Eu acho que não adianta só comer saudável, tem que SER saudável. Por isso é bom pensar que nossa sobrevivência depende de um convívio harmonioso com a natureza e os animais. Temos que comer saudável para manter nossa saúde individual e da sociedade, como também para conservar o meio-ambiente.

O guia explora também o aspecto social da alimentação e nutrição que por diversas vezes é esquecido pelos profissionais da saúde. Temos que valorizar os produtores que com carinho e conhecimento colocam produtos orgânicos e naturais no nosso prato!

Palmas para todos os envolvidos no belo trabalho e para a coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Patrícia Jaime.

O documento está em consulta até o dia 7 de maio e todos podem opinar e mandar suas contribuições! O Guia está disponível no portal do Ministério ou AQUI. 

Esse guia me trouxe esperança de uma conscientização coletiva sobre alimentação saudável e sustentável do povo brasileiro. Estou torcendo para que seja aprovado e finalmente termos um bom guia alimentar a mão de todos e melhorar a saúde do país. 

Boa Leitura!

 
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Comer com fome

No último programa do Bela Cozinha com meu querido amigo, Zé Pedro, discutimos o consumo excessivo do sal já que a dieta dele é baseada em comida feita fora de casa e industrializados: as maiores fontes de sódio dos Brasileiro. Também tocamos brevemente na questão de comer de 3 em 3 horas e por isso gostaria de escrever um pouco mais sobre esse o assunto que tanto gosto!!! 

Como muitos nutricionistas apontam, o objetivo principal de comer de 3 em 3 horas é para acelerar o metabolismo e assim fazer com que o corpo queime mais calorias ajudando, teoricamente, no emagrecimento.

Primeiramente minha nutrição é focada na saúde e bem estar, e não apenas no emagrecimento. A perda de peso é sempre uma consequência de uma alimentação saudável e balanceada para quem está a cima do peso. Segundo, acredito que todos devem respeitar o próprio corpo e , apenas ajustando a dieta e estilo de vida para se adequar ao tipo de metabolismo que tem.

Será que todos nós precisamos ou queremos acelerar o metabolismo? Comer de 3 em 3 horas é bom para quem sente fome nesse período de tempo, também para quem tem problemas metabólicos ou que realizam trabalho físico intenso (diabéticos, atletas, bombeiros…).

Por que comer quando não sentimos fome? Por que beber água quando não sentimos sede? (ao contrário do que muitos pensam, nosso mecanismo de sede entra em ação muito antes de ocorrer desidratação). Devemos nos conectar mais profundamente com nossos sensores fisiológicos e respeitá-los. Mais importante do que a frequência com que ingerimos o alimentos é a sua qualidade. Pessoas com o metabolismo lento, geralmente se dão melhor com uma dieta rica em vegetais, proteína e algum carboidrato. Já alguém com o metabolismo mais acelerado, se sente melhor com uma dieta rica em carboidratos. E indivíduos que queimam calorias numa velocidade razoável, tende a se manter saudável e no peso ideal com uma dieta equilibrada entre carboidratos e proteínas.

Um dos motivos pelo qual a mulher vive mais do que o homem é por causa do o seu metabolismo mais lento. Se observamos o mundo animal, os roedores, por exemplo, têm o metabolismo super acelerado e vivem apenas alguns anos. Já as tartarugas com o metabolismo mais lento, podem chegar a viver dezenas de anos.  Então, por que fazer uma pessoa de metabolismo mais lento comer mais frequentemente? Para acelerar a máquina e ela pifar mais rapidamente?

Cientistas já concordaram que a chave para a longevidade está numa dieta hipocalórica. Quem come menos vive mais e quem come menos tem um metabolismo mais lento! No entanto, não vejo necessidade de acelerar o metabolismo. Comer quando estamos com fome, podendo ser de 3 em 3 horas, 4 em 4 , 5 em 5, é o mais importante. Além de nos sentirmos melhores, damos mais chance pro corpo eliminar toxinas e queimar as reservas de gordura! E para finalizar, quem nunca fez um jejum que experimente. Acredito que você irá se sentir muito bem como poucas vezes se sentiu na vida!!!

 

 

Estrogênio e o Câncer de Mama

Há muitos fatores que contribuem para o desenvolvimento do câncer, mas um fator particularmente importante para as mulheres é o desequilíbrio hormonal. Principalmente o desequilíbrio entre a progesterona e o estrogênio que podem causar vários tipos de câncer do sistema reprodutor feminino (mama, útero e ovário). Estrogênio e progesterona em desequilíbrio também podem desempenhar um papel no desenvolvimento do câncer em homens, especialmente o câncer de próstata. Mas para a mulher, o desequilíbrio hormonal pode ser um fator muito mais agravante no desenvolvimento de um câncer do que para o homem. Isso por causa do ciclo de vida da mulher que naturalmente mexe muito com o equilíbrio hormonal.

Em geral, 10 a 15 anos antes do início da menopausa, a produção de progesterona começa a cair. E continua caindo no período pós menopausa. Já os níveis de estrogênio, não diminuem muito durante os anos que precedem a menopausa. Só quando a mulher atinge a data da última menstruação é que o nível de estrogênio cai brutalmente. Mas mesmo assim o estrogênio continua mais elevado que a progesterona.

Quando as mulheres desenvolvem um desequilíbrio entre esses dois hormônios, é quase sempre os níveis de estrogênio, que são elevados. É muito raro de acontecer o contrário. Nos anos de pós menopausa a mulher pode sofrer com os sintomas da queda de estrogénio, ondas de calor, depressão, confusão mental, pele seca, secura vaginal, baixo libido e insônia. Mas até mesmo com o nível de estrogênio baixo, ele continua mais alto que a progesterona .

E agora, vcs devem estar se perguntando qual é o problema das taxas de estrogênio, serem mais elevadas que a da progesterona?

O estrogênio tende a estimular o crescimento das células, o que pode aumentar o risco no desenvolvimento do câncer. Essa característica do estrogênio de promover o crescimento do câncer já é aceita pela comunidade médica e é a razão pela qual a maioria dos médicos, hoje, se recusam a prescrever estrogênio para aliviar os sintomas da menopausa nas mulher com câncer.

E como o estrogênio promove o crescimento de células cancerosas? Ele ativa um gene nas células, chamado Bcl-2, que estimula o crescimento do câncer. A progesterona, por outro lado, desativa o Bcl – 2 e ativa um outro gene na mesma célula, o p53, que inibe o crescimento de tumores. Quando o p53 é ativado, ele retarda a reprodução celular e restaura a morte celular programada (apoptose). Assim, o estrogênio tende a estimular o crescimento celular descontrolado das células, pela ativação do gene de Bcl – 2 e progesterona tende a impedir o crescimento desregulado das células através da ativação do gene da p53 .

Entenderam o problema?

E hoje, tem mulheres saudáveis fazendo testes para ver se tem o gene Bcl-2 e caso positivo, algumas delas decidem retirar as mamas para prevenir o câncer. No ano passado a atriz pop americana Angelina Jolie, foi uma delas e fez a mastectomia preventiva. Na minha opinião, esta é a maneira mais extrema e invasiva de prevenção ao câncer de mama. Esses fatores genéticos só predispõem algumas mulheres ao desenvolvimento do câncer de mama, isso não garante que a doença virá a ocorrer! E há outras maneiras de preveni-la como checar sempre os níveis de estrogênio no sangue, fazer o exame da mama com frequencia e não comer alimentos que promovem o aumento da taxa de estrogênio como leite e seus derivados, carne vermelha e a soja não fermentada.

Foto ilustrativa retirada do Google.

Dica de Livros

Tenho recebido muitos e-mails de pessoas, interessadas em culinária e nutrição natural, perguntando sobre dicas de livros para uma boa introdução a esse assunto. Então, gostaria de compartilhar alguns desses livros e autores com vocês.

A Arte Fundamental da Vida

Um livro com receitas básicas para uma alimentação focada na saúde! Com ele, você aprende a fazer o sagrado arroz integral de cada dia, pratos especiais super saborosos, além de descobrir algumas saídas saudáveis para os lanchinhos da tarde.

O livro foi escrito pela Bernadette Kikuchi, companheira do Professor Tomio Kikuchi, o mestre da macrobiótica no Brasil. A Arte Fundamental da Vida contém receitas baseadas na dieta macrobiótica, então tem um tempero bem japonês, saudável e muito gostoso.

 Macrobiótica Zen

Super importante para aprender a base da Macrobiótica que ajuda a recuperar, manter e fortalecer a saúde. Escrito por George Oshawa, considerado o responsável por disseminar esse estilo de vida no ocidente. No livro, você encontra os pilares dessa filosofia, desde o conceito alimentar até o comportamental. E a base para isso está na harmonização das energias Yin e Yang do nosso corpo com o ambiente externo.

Só Para Mulheres

Um manual ou livrinho de cabeceira para todas as mulheres que se preocupam com sua saúde e bem estar. Com uma linguagem super divertida, a autora Sonia Hirsh faz a mulher entender, amar e respeitar o seu próprio corpo, do jeitinho que ele é. O livro aborda temas como menopausa, TPM, distúrbios hormonais, osteoporose, hipertensão, hipoglicemia e como uma alimentação saudável pode ajudar a equilibrar as mudanças naturais do nosso corpo. Eu adoro e admiro a Sonia Hirch e venho acompanhando o trabalho dela há alguns anos. Vale muito a leitura deste livro!

Conscious Eating

Esse livro fala a respeito do princípio da dieta individualizada. Ele ajuda você a encontrar a dieta mais adequada para o seu corpo, analisando fatores como: metabolismo, idade, estado de saúde, entre outros.

O autor explica as funções de cada nutriente essencial ao nosso organismo, mostrando os efeitos decorrentes da deficiência de cada um. O livro, que pode ser encontrado em espanhol, apresenta algumas filosofias alimentares como a ayurvedica, macrobiótica e crudivorismo, além de indicar receitas deliciosas e saudáveis. Não se preocupem que os ingredientes são fáceis de achar os ingredientes das receitas aqui no Brasil.

Pakriti

Para quem caiu de paraquedas no universo holístico, esse livro é fundamental. Ele explica super bem a base da medicina Ayurvédica. Com uma linguagem simples, encontramos no livro dicas de como conhecer melhor o próprio corpo e quais tipos de alimentos são mais adequados para o seu tipo de constituição (Vata, Pitta, Kapha).

O Dr. Robert Svoboa, o qual tive o grande prazer de conhecer brevemente em NY, é um grande sábio dessa filosofia e propaga a mesma com carinho e determinação.

Food And Healing

Este livro foi escrito pela fundadora, a Dra. Annemarie Colbin da escola de culinária que cursei em Nova York, o Natural Gourmet Institute. Com uma história de vida fantástica, e se baseando no seu conhecimento e experiências de, a Dra. Colbin escreveu um livro completo sobre culinária e nutrição saudável.

Você encontra temas como: o que é uma culinária saudável, a lei das energias nas comidas, as dietas alternativas dos dias de hoje (por exemplo: dieta da proteína, vegana, macrobiótica, etc) e as melhores maneiras de mudar a alimentação para construir uma alimentação saudável e como usar a alimentação como medicina.

Autocontroleterapia

Eu não viajo sem esse livrinho mágico onde cada página tem um novo ensinamento não só para o corpo, mas também para a mente. Escrito pelo professor Tomio Kikuchi, o livro apresenta dicas de uma alimentação básica e tratamentos caseiros, não invasivos, para as principais doenças do mundo de hoje como câncer, doenças cardíacas, do aparelho circulatório e respiratório, gastrite, hipertensão, diabetes, entre outras. O livro também fala a respeito da saúde da criança, abordando temas desde a época do desmame, doenças na passagem de criança para adolescência como também afecções em geral: diarreias, cólicas, desidratação e outras.

Chás, emplastros e mochabustão são apenas alguns dos tratamentos, que o professor sugere, para recuperar o bem-estar.

Healing With Whole Foods

Como o nome já diz, o livro nos ajuda a achar curas e tratamentos para as diversas mazelas do mundo moderno com o poder dos alimentos. Nesse livro, o professor Paul Pitchford integra os ensinamentos médicos do oriente e ocidente, nos mostrando soluções para um vida saudável. O livro explica a teoria dos 5 elementos da medicina tradicional chinesa, a influencia das energias yin e yang no nosso corpo, os benefícios da alimentação crua e outros conceitos de uma alimentação saudável e tratamentos alternativos. É um livro excelente para todos os interessados numa nutrição saudável e holística.

 

 

 

 

 

 

Jejum

 

O jejum é uma das melhores formas de desintoxicação e cura! Quem se interessar pela informação, deve procurar saber mais sobre o assunto. Peça conselho para um bom profissional de saúde, leia a respeito e pesquise. Só assim abrimos horizontes para novos paradigmas e novos tratamentos não convencionas (porém muito funcionais) para uma boa saúde!

Existem vários tipos de jejum, o jejum entre as refeições, o jejum onde comemos poucos grupos de alimentos ou só um alimento (monodieta), o jejum líquido e o jejum absoluto. Todos funcionam e levam ao mesmo lugar, mas de maneiras diferentes.

O jejum entre as refeições ajuda aqueles que não estão preparados para um jejum absoluto. É mais fácil para se acostumarem com a ideia de não comer. Esse tipo de jejum, pode e deve ser feito com frequência.

Ficar alguns dias comendo somente vegetais pode ser benéfico principalmente para quem andou comendo demais, ou para quem quer mudar o hábito alimentar. Ficar entre 3 a 10 dias comendo vegetais cozidos levemente no vapor ou em forma de sopa é um bom jeito de mudar os hábitos alimentares, a saúde e a forma de pensar sobre comida. Comer os vegetais crus, em forma de saladas por exemplo é mais indicado para quem tem uma constituição mais quente, com excesso de muco, excesso de peso, inflamações, candidíase, e quer se sentir mais leve. Os vegetais cozidos são mais indicados para aqueles de energia fria e com uma constituição física mais leve, fina, magra, pele seca e tendência a problemas pscicológicos e nervosos.

A monodieta é feita com o consumo de somente um alimento. Na macrobiótica por exemplo, o jejum de arroz integral ou papa de arroz integral é muito conhecido e explorado. Esse tipo de dieta, por alguns dias, também é uma boa preparação para um jejum absoluto.

O jejum absoluto é o mais eficiente de todos. Em pouco tempo você já percebe os benefícios de um jejum: melhora do sono, mais sonhos, mais descanso, mais alerta, mais energia, etc. Porém, não são todas as pessoas que estão aptas a jejuar do dia para a noite. O jejum absoluto é bom, mas não pra todo mundo, nem em todos os períodos da vida. Assim como comer, não é sempre que devemos comer de tudo. Diabéticos dependentes de insulina e grávidas por exemplo devem preferir seguir uma monodieta, por exemplo.

Para pessoas saudáveis, sem nenhuma condição relevante de saúde, o jejum é uma excelente forma de desintoxicação. Não comer nada, mas beber água ou chá por 24, 48 ou 72 horas é benéfico ao organismo. O poder do jejum é muito grande. Quando o nosso corpo começa a utilizar gordura como uma forma de energia, criamos substâncias bioquímicas que alimentam o cérebro, nos deixando mais alerta e com mais clareza mental. A estação da primavera é a ideal para se começar um jejum (e ela está chegando, hein)!!!

Quando ficarem doente, não pensem em o que devem comer para melhorar, mas sim, no que devem deixar de comer!

Pesquisem mais sobre o ato de jejuar. Os autores: George Oshawa, Tomio Kikuchi, Paul Pitchford e os ensinamentos da Ayurveda, Macrobiótica e Alimentação Viva explicam muito bem sobre esse assunto.

Eu adoro o jejum, sou adepta há alguns anos e me sinto muito bem. Vira e mexe vocês verão textos meus sobre esse incrível método de cura física, mental e espiritual!