A Decisão

Muitos me perguntam como e quando eu me interessei por um estilo de vida mais saudável, uma alimentação natural e em que momento surgiu minha paixão pela cozinha. Tudo começou quando decidi praticar yoga em 2004. Eu tinha 14 anos e levava uma vida típica de adolescente carioca da zona sul: escola, praia, cinema, teatro, basquete, vôlei, festas, etc. Com a yoga e o livro “A Autobiografia de um Yogui” do Paramahansa Yogananda, eu ganhei consciência corporal e uma nova visão de mundo. Essa consciência corporal me fazia perceber como a comida afetava e influenciava a minha vida, física e mentalmente. Dependendo do que eu comida, o meu humor, foco, determinação, concentração e pratica variavam. E eu fui naturalmente evitando alimentos que me prejudicavam. Então eu conclui que a alimentação mexia com o meu corpo, mente e espirito e precisava entender melhor essa conexão entre alimentação e comportamento.  Por isso me apaixonei pela nutrição. Comecei a olhar a comida como uma forma de tratamento, prevenção e cura de doenças.

Já com 18 anos fui morar em Nova York, com um olhar mais alternativo e saudável em relação à alimentação e percebi que para comer bem o melhor jeito seria preparando minha própria comida. Cozinhei o meu primeiro feijão e me apaixonei pela culinária. E então me vi com duas grandes paixões na vida, a culinária e a nutrição, e resolvi me aprofundar nas duas. Fiz um curso de culinária natural no Natural Gourmet Institute, depois me matriculei num curso de nutrição ayurvedica também em NY, estudei com o professor Tomio Kikuchi em São Paulo e finalmente fiz a faculdade de nutrição na Hunter College em NY.

Agora estou morando de volta no Rio e apresentando o Bela Cozinha, um programa de culinária natural no canal GNT onde tento mostrar às pessoas que podemos ter uma vida saudável e sustentável através da alimentação. Quero mostrar que a comida vai além do que está no seu prato, que a comida pode ser uma ferramenta de mudança politica, social, ambiental e de saudabilidade.

 

 

Recife, Cheguei!

Vim pra Recife pra fazer um Spa e me encantei com a diversidade gastronômica da cidade, desde caldinho de caldeirada a folha de arroz. Minha primeira parada foi no mercado de São José onde encontrei frutas incríveis que nunca tinha vista ou até mesmo ouvido falar como pitomba, macaíba e cajaranga. Além das frutas que amo mas são difíceis de encontrar no Rio onde moro. Como por exemplo pitanga, umbu-cajá, mangaba, saputi e noni (essa fruta é tão especial que devo um post só para ela).

 

Outra coisa que me chamou a atenção foi a máquina de ralar o coco. É como se fosse um espremedor de laranja gigante. Vou postar o vídeo dele no instagram para vocês verem a praticidade. Martelos, nunca mais! Mas como a máquina é grande pra levar na mala, comprei um ralador de coco característico daqui de Pernambuco.

 

Ao redor do mercado, na rua da Praia achei uma loja de produtos naturais boa demais, chamada Empório Pura Vida. Josias, o dono, foi muito querido e me apresentou alguns de seus produtos especiais e fiquei encantada. Uma delas é a amêndoa torrada na casca. Nunca tinha visto nem pensado na ideia de fazê-la assim. Adorei! Lembrei muito do pistache e daquele ritual de quebrar a casquinha pra comer. É uma ótima opção para o lanche da tarde, porque você acaba não comendo tantas amêndoas como as que já vem descascadas.

 

Há um tempo escrevi um post, no blog antigo, sobre a pasteurização das amêndoas nos Estados Unidos. Agora, estou pesquisando mais sobre elas aqui no Brasil para poder dividir com vocês informações relevantes à nossa saúde.

No dia seguinte da minha chegada, às 5 horas da manhã já estava no meio de frutas e verduras na feira orgânica de Boa Viagem. Achei o horário meio cedo, mas quando cheguei lá percebi que os Recifenses não estão de brincadeira quando o assunto se trata de orgânicos. A feira já estava lotada e depois de 2hs não tinha mais nada!!! Para quem acha que esses produtos têm pouca diversidade e são caros, um tour na feira pode provar o contrário. Lá encontrei azedinha, manjericão roxo, couve chinesa e muito mais, cada um por 2 reais.

Guia Alimentar Para a população brasileira

 

Tenho recebido muitos emails e pedidos de dicas de livros sobre saúde, nutrição e culinária natural. Portanto, resolvi fazer uma pequena lista de livros que gosto muito para repassar a vcs e percebi que a maioria deles são americanos, mas mesmo assim vou postá-los em breve. Mas fiquei muito contente quando li o documento com a nova proposta para o “Guia Alimentar para a População Brasileira” desenvolvido pelo Ministério da Saúde. Achei o guia completo e com excelentes recomendações para um estilo de vida saudável e sustentável.

O novo guia começa explicando os princípios para uma alimentação saudável, dando recomendações gerais sobre como e porque comer bem além de dar dicas de como preparar, armazenar e lavar os alimentos e o melhor modo de consumí-los.

Uma das frases do guia que vale destacar é: “Faça de alimentos a base da sua alimentação”. Sempre gostei de enfatizar o hábito de comermos comida de verdade, porque o resto pra mim, são produtos maquiados de alimentos. Produtos ultra-processados podem até matar a fome mas não nutre ninguém!!

Também gostei de ver que o guia toca bem no assunto de sustentabilidade e conscientização ambiental e com isso faz o leitor refletir melhor sobre suas escolhas alimentares. Eu acho que não adianta só comer saudável, tem que SER saudável. Por isso é bom pensar que nossa sobrevivência depende de um convívio harmonioso com a natureza e os animais. Temos que comer saudável para manter nossa saúde individual e da sociedade, como também para conservar o meio-ambiente.

O guia explora também o aspecto social da alimentação e nutrição que por diversas vezes é esquecido pelos profissionais da saúde. Temos que valorizar os produtores que com carinho e conhecimento colocam produtos orgânicos e naturais no nosso prato!

Palmas para todos os envolvidos no belo trabalho e para a coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Patrícia Jaime.

O documento está em consulta até o dia 7 de maio e todos podem opinar e mandar suas contribuições! O Guia está disponível no portal do Ministério ou AQUI. 

Esse guia me trouxe esperança de uma conscientização coletiva sobre alimentação saudável e sustentável do povo brasileiro. Estou torcendo para que seja aprovado e finalmente termos um bom guia alimentar a mão de todos e melhorar a saúde do país. 

Boa Leitura!

 
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Cursus Amet

 
 

Comer com fome

No último programa do Bela Cozinha com meu querido amigo, Zé Pedro, discutimos o consumo excessivo do sal já que a dieta dele é baseada em comida feita fora de casa e industrializados: as maiores fontes de sódio dos Brasileiro. Também tocamos brevemente na questão de comer de 3 em 3 horas e por isso gostaria de escrever um pouco mais sobre esse o assunto que tanto gosto!!! 

Como muitos nutricionistas apontam, o objetivo principal de comer de 3 em 3 horas é para acelerar o metabolismo e assim fazer com que o corpo queime mais calorias ajudando, teoricamente, no emagrecimento.

Primeiramente minha nutrição é focada na saúde e bem estar, e não apenas no emagrecimento. A perda de peso é sempre uma consequência de uma alimentação saudável e balanceada para quem está a cima do peso. Segundo, acredito que todos devem respeitar o próprio corpo e , apenas ajustando a dieta e estilo de vida para se adequar ao tipo de metabolismo que tem.

Será que todos nós precisamos ou queremos acelerar o metabolismo? Comer de 3 em 3 horas é bom para quem sente fome nesse período de tempo, também para quem tem problemas metabólicos ou que realizam trabalho físico intenso (diabéticos, atletas, bombeiros…).

Por que comer quando não sentimos fome? Por que beber água quando não sentimos sede? (ao contrário do que muitos pensam, nosso mecanismo de sede entra em ação muito antes de ocorrer desidratação). Devemos nos conectar mais profundamente com nossos sensores fisiológicos e respeitá-los. Mais importante do que a frequência com que ingerimos o alimentos é a sua qualidade. Pessoas com o metabolismo lento, geralmente se dão melhor com uma dieta rica em vegetais, proteína e algum carboidrato. Já alguém com o metabolismo mais acelerado, se sente melhor com uma dieta rica em carboidratos. E indivíduos que queimam calorias numa velocidade razoável, tende a se manter saudável e no peso ideal com uma dieta equilibrada entre carboidratos e proteínas.

Um dos motivos pelo qual a mulher vive mais do que o homem é por causa do o seu metabolismo mais lento. Se observamos o mundo animal, os roedores, por exemplo, têm o metabolismo super acelerado e vivem apenas alguns anos. Já as tartarugas com o metabolismo mais lento, podem chegar a viver dezenas de anos.  Então, por que fazer uma pessoa de metabolismo mais lento comer mais frequentemente? Para acelerar a máquina e ela pifar mais rapidamente?

Cientistas já concordaram que a chave para a longevidade está numa dieta hipocalórica. Quem come menos vive mais e quem come menos tem um metabolismo mais lento! No entanto, não vejo necessidade de acelerar o metabolismo. Comer quando estamos com fome, podendo ser de 3 em 3 horas, 4 em 4 , 5 em 5, é o mais importante. Além de nos sentirmos melhores, damos mais chance pro corpo eliminar toxinas e queimar as reservas de gordura! E para finalizar, quem nunca fez um jejum que experimente. Acredito que você irá se sentir muito bem como poucas vezes se sentiu na vida!!!

 

 

Estrogênio e o Câncer de Mama

Há muitos fatores que contribuem para o desenvolvimento do câncer, mas um fator particularmente importante para as mulheres é o desequilíbrio hormonal. Principalmente o desequilíbrio entre a progesterona e o estrogênio que podem causar vários tipos de câncer do sistema reprodutor feminino (mama, útero e ovário). Estrogênio e progesterona em desequilíbrio também podem desempenhar um papel no desenvolvimento do câncer em homens, especialmente o câncer de próstata. Mas para a mulher, o desequilíbrio hormonal pode ser um fator muito mais agravante no desenvolvimento de um câncer do que para o homem. Isso por causa do ciclo de vida da mulher que naturalmente mexe muito com o equilíbrio hormonal.

Em geral, 10 a 15 anos antes do início da menopausa, a produção de progesterona começa a cair. E continua caindo no período pós menopausa. Já os níveis de estrogênio, não diminuem muito durante os anos que precedem a menopausa. Só quando a mulher atinge a data da última menstruação é que o nível de estrogênio cai brutalmente. Mas mesmo assim o estrogênio continua mais elevado que a progesterona.

Quando as mulheres desenvolvem um desequilíbrio entre esses dois hormônios, é quase sempre os níveis de estrogênio, que são elevados. É muito raro de acontecer o contrário. Nos anos de pós menopausa a mulher pode sofrer com os sintomas da queda de estrogénio, ondas de calor, depressão, confusão mental, pele seca, secura vaginal, baixo libido e insônia. Mas até mesmo com o nível de estrogênio baixo, ele continua mais alto que a progesterona .

E agora, vcs devem estar se perguntando qual é o problema das taxas de estrogênio, serem mais elevadas que a da progesterona?

O estrogênio tende a estimular o crescimento das células, o que pode aumentar o risco no desenvolvimento do câncer. Essa característica do estrogênio de promover o crescimento do câncer já é aceita pela comunidade médica e é a razão pela qual a maioria dos médicos, hoje, se recusam a prescrever estrogênio para aliviar os sintomas da menopausa nas mulher com câncer.

E como o estrogênio promove o crescimento de células cancerosas? Ele ativa um gene nas células, chamado Bcl-2, que estimula o crescimento do câncer. A progesterona, por outro lado, desativa o Bcl – 2 e ativa um outro gene na mesma célula, o p53, que inibe o crescimento de tumores. Quando o p53 é ativado, ele retarda a reprodução celular e restaura a morte celular programada (apoptose). Assim, o estrogênio tende a estimular o crescimento celular descontrolado das células, pela ativação do gene de Bcl – 2 e progesterona tende a impedir o crescimento desregulado das células através da ativação do gene da p53 .

Entenderam o problema?

E hoje, tem mulheres saudáveis fazendo testes para ver se tem o gene Bcl-2 e caso positivo, algumas delas decidem retirar as mamas para prevenir o câncer. No ano passado a atriz pop americana Angelina Jolie, foi uma delas e fez a mastectomia preventiva. Na minha opinião, esta é a maneira mais extrema e invasiva de prevenção ao câncer de mama. Esses fatores genéticos só predispõem algumas mulheres ao desenvolvimento do câncer de mama, isso não garante que a doença virá a ocorrer! E há outras maneiras de preveni-la como checar sempre os níveis de estrogênio no sangue, fazer o exame da mama com frequencia e não comer alimentos que promovem o aumento da taxa de estrogênio como leite e seus derivados, carne vermelha e a soja não fermentada.

Foto ilustrativa retirada do Google.

Dica de Livros

Tenho recebido muitos e-mails de pessoas, interessadas em culinária e nutrição natural, perguntando sobre dicas de livros para uma boa introdução a esse assunto. Então, gostaria de compartilhar alguns desses livros e autores com vocês.

A Arte Fundamental da Vida

Um livro com receitas básicas para uma alimentação focada na saúde! Com ele, você aprende a fazer o sagrado arroz integral de cada dia, pratos especiais super saborosos, além de descobrir algumas saídas saudáveis para os lanchinhos da tarde.

O livro foi escrito pela Bernadette Kikuchi, companheira do Professor Tomio Kikuchi, o mestre da macrobiótica no Brasil. A Arte Fundamental da Vida contém receitas baseadas na dieta macrobiótica, então tem um tempero bem japonês, saudável e muito gostoso.

 Macrobiótica Zen

Super importante para aprender a base da Macrobiótica que ajuda a recuperar, manter e fortalecer a saúde. Escrito por George Oshawa, considerado o responsável por disseminar esse estilo de vida no ocidente. No livro, você encontra os pilares dessa filosofia, desde o conceito alimentar até o comportamental. E a base para isso está na harmonização das energias Yin e Yang do nosso corpo com o ambiente externo.

Só Para Mulheres

Um manual ou livrinho de cabeceira para todas as mulheres que se preocupam com sua saúde e bem estar. Com uma linguagem super divertida, a autora Sonia Hirsh faz a mulher entender, amar e respeitar o seu próprio corpo, do jeitinho que ele é. O livro aborda temas como menopausa, TPM, distúrbios hormonais, osteoporose, hipertensão, hipoglicemia e como uma alimentação saudável pode ajudar a equilibrar as mudanças naturais do nosso corpo. Eu adoro e admiro a Sonia Hirch e venho acompanhando o trabalho dela há alguns anos. Vale muito a leitura deste livro!

Conscious Eating

Esse livro fala a respeito do princípio da dieta individualizada. Ele ajuda você a encontrar a dieta mais adequada para o seu corpo, analisando fatores como: metabolismo, idade, estado de saúde, entre outros.

O autor explica as funções de cada nutriente essencial ao nosso organismo, mostrando os efeitos decorrentes da deficiência de cada um. O livro, que pode ser encontrado em espanhol, apresenta algumas filosofias alimentares como a ayurvedica, macrobiótica e crudivorismo, além de indicar receitas deliciosas e saudáveis. Não se preocupem que os ingredientes são fáceis de achar os ingredientes das receitas aqui no Brasil.

Pakriti

Para quem caiu de paraquedas no universo holístico, esse livro é fundamental. Ele explica super bem a base da medicina Ayurvédica. Com uma linguagem simples, encontramos no livro dicas de como conhecer melhor o próprio corpo e quais tipos de alimentos são mais adequados para o seu tipo de constituição (Vata, Pitta, Kapha).

O Dr. Robert Svoboa, o qual tive o grande prazer de conhecer brevemente em NY, é um grande sábio dessa filosofia e propaga a mesma com carinho e determinação.

Food And Healing

Este livro foi escrito pela fundadora, a Dra. Annemarie Colbin da escola de culinária que cursei em Nova York, o Natural Gourmet Institute. Com uma história de vida fantástica, e se baseando no seu conhecimento e experiências de, a Dra. Colbin escreveu um livro completo sobre culinária e nutrição saudável.

Você encontra temas como: o que é uma culinária saudável, a lei das energias nas comidas, as dietas alternativas dos dias de hoje (por exemplo: dieta da proteína, vegana, macrobiótica, etc) e as melhores maneiras de mudar a alimentação para construir uma alimentação saudável e como usar a alimentação como medicina.

Autocontroleterapia

Eu não viajo sem esse livrinho mágico onde cada página tem um novo ensinamento não só para o corpo, mas também para a mente. Escrito pelo professor Tomio Kikuchi, o livro apresenta dicas de uma alimentação básica e tratamentos caseiros, não invasivos, para as principais doenças do mundo de hoje como câncer, doenças cardíacas, do aparelho circulatório e respiratório, gastrite, hipertensão, diabetes, entre outras. O livro também fala a respeito da saúde da criança, abordando temas desde a época do desmame, doenças na passagem de criança para adolescência como também afecções em geral: diarreias, cólicas, desidratação e outras.

Chás, emplastros e mochabustão são apenas alguns dos tratamentos, que o professor sugere, para recuperar o bem-estar.

Healing With Whole Foods

Como o nome já diz, o livro nos ajuda a achar curas e tratamentos para as diversas mazelas do mundo moderno com o poder dos alimentos. Nesse livro, o professor Paul Pitchford integra os ensinamentos médicos do oriente e ocidente, nos mostrando soluções para um vida saudável. O livro explica a teoria dos 5 elementos da medicina tradicional chinesa, a influencia das energias yin e yang no nosso corpo, os benefícios da alimentação crua e outros conceitos de uma alimentação saudável e tratamentos alternativos. É um livro excelente para todos os interessados numa nutrição saudável e holística.

 

 

 

 

 

 

Jejum

 

O jejum é uma das melhores formas de desintoxicação e cura! Quem se interessar pela informação, deve procurar saber mais sobre o assunto. Peça conselho para um bom profissional de saúde, leia a respeito e pesquise. Só assim abrimos horizontes para novos paradigmas e novos tratamentos não convencionas (porém muito funcionais) para uma boa saúde!

Existem vários tipos de jejum, o jejum entre as refeições, o jejum onde comemos poucos grupos de alimentos ou só um alimento (monodieta), o jejum líquido e o jejum absoluto. Todos funcionam e levam ao mesmo lugar, mas de maneiras diferentes.

O jejum entre as refeições ajuda aqueles que não estão preparados para um jejum absoluto. É mais fácil para se acostumarem com a ideia de não comer. Esse tipo de jejum, pode e deve ser feito com frequência.

Ficar alguns dias comendo somente vegetais pode ser benéfico principalmente para quem andou comendo demais, ou para quem quer mudar o hábito alimentar. Ficar entre 3 a 10 dias comendo vegetais cozidos levemente no vapor ou em forma de sopa é um bom jeito de mudar os hábitos alimentares, a saúde e a forma de pensar sobre comida. Comer os vegetais crus, em forma de saladas por exemplo é mais indicado para quem tem uma constituição mais quente, com excesso de muco, excesso de peso, inflamações, candidíase, e quer se sentir mais leve. Os vegetais cozidos são mais indicados para aqueles de energia fria e com uma constituição física mais leve, fina, magra, pele seca e tendência a problemas pscicológicos e nervosos.

A monodieta é feita com o consumo de somente um alimento. Na macrobiótica por exemplo, o jejum de arroz integral ou papa de arroz integral é muito conhecido e explorado. Esse tipo de dieta, por alguns dias, também é uma boa preparação para um jejum absoluto.

O jejum absoluto é o mais eficiente de todos. Em pouco tempo você já percebe os benefícios de um jejum: melhora do sono, mais sonhos, mais descanso, mais alerta, mais energia, etc. Porém, não são todas as pessoas que estão aptas a jejuar do dia para a noite. O jejum absoluto é bom, mas não pra todo mundo, nem em todos os períodos da vida. Assim como comer, não é sempre que devemos comer de tudo. Diabéticos dependentes de insulina e grávidas por exemplo devem preferir seguir uma monodieta, por exemplo.

Para pessoas saudáveis, sem nenhuma condição relevante de saúde, o jejum é uma excelente forma de desintoxicação. Não comer nada, mas beber água ou chá por 24, 48 ou 72 horas é benéfico ao organismo. O poder do jejum é muito grande. Quando o nosso corpo começa a utilizar gordura como uma forma de energia, criamos substâncias bioquímicas que alimentam o cérebro, nos deixando mais alerta e com mais clareza mental. A estação da primavera é a ideal para se começar um jejum (e ela está chegando, hein)!!!

Quando ficarem doente, não pensem em o que devem comer para melhorar, mas sim, no que devem deixar de comer!

Pesquisem mais sobre o ato de jejuar. Os autores: George Oshawa, Tomio Kikuchi, Paul Pitchford e os ensinamentos da Ayurveda, Macrobiótica e Alimentação Viva explicam muito bem sobre esse assunto.

Eu adoro o jejum, sou adepta há alguns anos e me sinto muito bem. Vira e mexe vocês verão textos meus sobre esse incrível método de cura física, mental e espiritual!

Um pequeno relato de mudança

Hoje, o texto não é meu, e sim da minha amiga, irmã, comadre, amor da vida inteira que finalmente se abriu para experimentar as mudanças e transformações de uma alimentação saudável.

A Ana sempre sofreu muito com alergias, asma, rinite e também sempre soube que o leite e seus derivados não a faziam bem e agravavam seus sintomas. Porém, mesmo sabendo disso, ela continuava a se deliciar com os chocolates ao leite, sorvetes, iogurtes, queijos, tudo que ela adora. Até que algumas semanas atrás ela resolveu enfrentar a sua alergia, o seu temor da vida sem leite e dessa vez sem nada de remédios.

Para a nossa (minha e dela) surpresa e felicidade, ela seguiu a risca as minhas orientações e se surpreendeu com os resultados. Esses estão relatados no texto abaixo que ela escreveu para mim via e-mail.

“Hoje faz exatamente uma semana que comecei a fazer sério o que me passou, obedecendo as suas restrições e principalmente, estou sem lactose alguma. Mais do que querer, é meu dever passar esse relato pra você.

Bela, é incrível – e um pouco inexplicável – essa mudança. Estou me sentindo muito mais leve, calma (isso é tão evidente, ainda mais nessa semana que passou que além de caos emocional, teve período menstrual e trabalho puxado), menos ansiosa e mais disposta. O mais perceptível: menos entupida nas vias respiratórias o que significa menos lencinhos de nariz jogados por todos os cantos. O mais legal é ver que o que mudou não demorou para aparecer, só se passaram 7 dias e eu já vejo e, sobretudo, sinto a diferença.

Passei a ter outra relação com a comida. Coincidentemente nessa semana que meu pai foi internado, eu fiquei responsável pelo que eu comia e foi maravilhoso fazer todo o processo: desde ir ao Hortifruti e lojinhas naturais, a escolha dos alimentos, ao modo de preparo, até a refeição de fato. Em Moçambique cheguei a fazer isso durante meus meses de estadia lá, mas não com a mesma consciência de hoje, e óbvio, menos opções de hoje. Talvez porque lá era muito mais um “pra me alimentar / matar a fome” do que o ato de comer com/para saúde. É EXTREMAMENTE necessário fazer todo esse processo: escolher o alimento, olhar (e não só ver), tocar, sentir o cheiro e a textura, saber a medida da compra para não levar ao desperdício, separar cada receita no dia e diversificar as cores e sabores diariamente. Me levou a várias constatações:

A primeira foi perceber o quão somos distantes das nossas alimentações quando não realizamos esse processo e isso por si só desencadeia uma espécie de avalanche alimentar errônea. Se você só come o que está na sua frente você se submete a comer “qualquer coisa” pelo simples fato de ter que encher a barriga. Nossa classe/era/geração (ou qualquer outro nome que classifique) esteve e está acostumado a ter pessoas responsáveis pela sua comida, seja emprega, seja pais, seja o próprio restaurante do dia a dia. E você simplesmente não sabe o que está comendo, não sabe o tempero, não sabe o que leva e nem como foi preparado. Daí você come e não entende a relação que aquilo ali tem com você a não ser por ser sua refeição e dane-se se leva coentro ou manjericão, margarina ou óleo, pimenta ou pimentão, e a lógica acaba sendo “tanto faz, se o sabor é bom, tá valendo”. Nessa semana em que decidi, ajudei a preparar e levei comigo minha comida, eu não só sabia exatamente o que eu comia, como eu passei a comer mais devagar mudando minha relação com a comida – valorizei tudo o que estava ali. Talvez seja por isso que não precisei tanto do lanche da tarde e tampouco senti tanta fome. Em última análise: os alimentos de fato me alimentavam com o peso nutricional de cada um.

A segunda constatação: você muda a relação com o seu corpo. Passa a entender, a escutar e a senti-lo. A hora da fome, a hora da gula, a hora da “calma, você não precisa disso”, a hora do “isso não me cai tão bem”, a hora do “preciso mais disso”. No nosso mundinho corrido internético instagramado, o corpo vira objeto de consumo e desejo e esquecemos que ele é o nosso meio e não o nosso fim. Emagreci 3kg mas não porque quero um projeto verão, e sim porque meu corpo não precisa desses quilos a mais que estavam nele. Tirando a poesia e indo para a prática: comer saudável e saber comer é sobretudo ter outra relação com o que o seu corpo – entender o que ele quer e precisa. E isso significa começar a rechaçar o que não te faz bem – a cervejinha não teve vez, o chocolate da banca de jornal não foi comprado e o queijo não foi comido. A barriga desinchou e a balança contou 57,5kg.

Por terceiro (e faço dessa a última porque hoje é segunda e tenho que começar a rotina) é que seus desejos e prazeres caem por terra É bizarro e dá até certa raiva saber que até “ontem”  – espero – fui escrava de uma indústria açucareira lactoseana (liberdade poética) e não da hortinha da senhorinha fulana de tal ou da fazenda de cacau do senhor ciclano. Você acredita piamente que quer algo porque deseja aquilo até entender que aquilo ali não te faz bem. E o entendimento só vem com a negação radical  – tipo o que você fez pra mim na lista negra do que eu devo evitar. Só quando você realmente evita é que você entende – o seu corpo entende – que não precisa daquilo e que aquilo não vai te dar o prazer que você acha que te daria. Resultado: a partir do começo da mudança seus prazeres mudam e seus vícios também.

Sei que ainda tenho muito o que mudar e readaptar, mas a diferença já é evidente. Minhas próximas etapas são: fazer feira orgânica (ainda não fui em nenhuma pra fazer compras!), cozinhar e diversificar mais.

Obrigada. Muito obrigada por esse recomeço e por ter tido a paciência da insistência. Vale a pena e vale o relato.

Te amo,

Ana Lycia

obs1: fazer todo o processo do leite de amêndoa faz sentido agora, você não “take for granted” e me ajudou a valorizar ainda mais os alimentos e suas transformações.”

A relação entre o leite de vaca e o câncer de mama

Nos outros posts do blog como: “Desreguladores Endócrinos” e “Estrogênio e o Câncer de Mama” eu escrevi que o estrogênio é um hormônio estimulante e que promove o crescimento e reprodução das células. E no post “Será que o açúcar é o combustível das células cancerosas”, eu cito um hormônio chamado fator de crescimento semelhante à insulina-1 (IGF-1) que influencia o crescimento das células de câncer. Então agora eu gostaria de relatar como uma dieta rica em estrogênio e IGF -1 pode afetar a saúde e a formação de alguns tipos de câncer.

O diretor do centro de câncer da faculdade de medicina de Harvard, Lewis Cantley, afirma que até 80% dos cânceres nos seres humanos são movidos por mutações e/ou fatores ambientais que aumentam ou imitam o efeito da insulina sobre os tumores. Cantley está agora estudando a ligação de um gene especifico da sinalização da insulina (conhecido tecnicamente como PI3K , que é o gene que ativa o estrogénio) e o desenvolvimento de tumores na mama e outros canceres comuns em mulheres.

Alimentos ricos em, ou que aumentam o nível de IGF-1 e estrogênio no sangue, podem aumentar risco de câncer, principalmente da mama, pulmão e cólon. E por coincidência ou por fatores biológicos, qual o é alimento que tem altos níveis de IGF-1 e estrogênio ao mesmo tempo ? O LEITE DE VACA !!!

A primeira e mais importante finalidade do leite de vaca é de prover o crescimento. O bezerro nasce com 30 kg e passa para 300kg em apenas 8 meses. E o principal ingrediente do leite que torna esse rápido crescimento possível é o hormônio IGF-1. Então, quando o leite de vaca é consumido por seres humanos, os níveis de IGF- 1 também são elevados. Estudos mostram um aumento de 10 % nos níveis de IGF-1 em adolescentes do sexo feminino que tomavam 3 porções de leite por dia e o mesmo aumento de 10 % para as mulheres na pós-menopausa que consumiam três porções diárias de leite desnatado. Este aumento do nível de IGF-1 é uma razão importante para os efeitos de “construção óssea” do leite de vaca. Mas o IGF-1 promove também o crescimento indesejável do câncer. Nesse mesmo estudo, mulheres com câncer de mama apresentaram uma concentração maior de IGF-1 no sangue em comparação com mulheres saudáveis.

 

O leite de vaca também aumenta os níveis de estrogênio no corpo de uma pessoa. A principal fonte de estrogênio está na moderna prática da fabricação do leite. A indústria ordenha as vacas continuamente durante toda a gestação e o teor de estrogénio na vaca aumenta com o progresso da gestação passando de uma concentração de 15pg/ml no começo da gestação para 1000pg/ml no final da gestação.

A Associação Dietética Americana (ADA) relata que o câncer de mama é mais prevalente em países onde as mulheres consomem uma dieta com alto teor de gordura e baseada em produtos animais. A gordura saturada das carnes e produtos lácteos aumenta o risco de câncer de mama, porque as células adiposas produzem estrogênio, portanto, quanto mais gordura uma mulher tiver, mais estrogênio ela é estará fabricando no seu corpo, mesmo depois da menopausa.

No “American Journal of Clinical Nutrition”, Patricia Moorman apresentou algumas hipóteses sobre como o leite está relacionado ao câncer de mama. Aqui estão alguns pontos do artigo que resume muito bem a relação entre o consumo de leite e câncer de mama:

    – “Uma vaca grávida produz estrogênio extra que acaba em seu leite e o excesso de estrogênio é conhecido por fazer as células de câncer de mama se multiplicar.”

    – “Gordura no leite provoca a liberação excessiva de estrogênio no corpo da mulher.”

   –  “Fibra ajuda a o estrogênio do organismo, e o leite não contém fibras.”

    – “O leite materno , seja humano ou de vaca , ajuda o pequeno bebê a crescer rapidamente. É possível que os fatores de crescimento do leite, tais como o IGF -1, estimulem o crescimento de células cancerosas. Em um teste feito com tubos de ensaio, o IGF -1 pareceu acelerar o crescimento das células de câncer de mama , e ele pode ser mais potente do que o estrogénio, nesse sentido.  Agora as vacas também recebem o hormônio de crescimento bovino (BGH) para aumentarem sua produção de leite e elas acabem produzindo em média 2 a 4 vezes mais IGF-1 do que as vacas que não tomam hormônio.”

    – “O leite também contém pesticidas e poluentes industriais. Mortes por câncer de mama em Israel diminuiu quando três agentes cancerígenos encontrados no leite de Israel foram proibidos.”