Desde pequena eu nunca gostei do sabor do leite e nem dos seus derivados. Depois que minha mãe parou de me amamentar, eu parei de beber leite. E hoje em dia são raros os pratos que cozinho que levam algum tipo de laticínio. Por exemplo, não abro mão de uma pizza com queijo ou um parmesão em cima do beiju de tapioca, pois são coisas que como esporadicamente e quando como, quero comer o real deal! Mas agradeço a essa minha aversão ao leito desde  infância (naquela época o leite já era pasteurizado) pois hoje percebo o porque dos meus irmãos terem desenvolvido muitas alergias e eu não.

Eu sempre me interessei pelo leite como objeto de estudo. Depois de meses pesquisando sobre leite cru versus leite pasteurizado encontrei algumas informações relevantes. O leite que compramos no supermercado está longe de ser leite de verdade. Esse leite é pasteurizado, homogenizado e clareado. Depois de todo esse processo, o que sobra é simplesmente um líquido branco com todas as suas enzimas desativadas, seu açúcar modificado, e suas proteínas desnaturadas.

O leite é composto de quatro macro nutrientes que são: água, gordura, carboidratos e proteínas, o que faz com que o leite seja categorizado como um alimento completo. O açúcar do leite, a lactose, precisa da enzima lactase para ser digerida. As pessoas em geral possuem essa enzima até a idade de mais ou menos sete anos. Depois disso, elas não conseguem digerir bem o leite de forma que não lhes cause qualquer dano. Entretanto, se falarmos do leite de verdade, o leite cru, que vem direto da vaca, as coisas são assimiladas de forma diferente no nosso organismo. Devido a presença de bactérias no leite cru que pré-digere a lactose por nós, como o que ocorre no processo de fermentação do iogurte, a digestibilidade do leite deixa de ser um problema.

Enzimas:

O leite ainda é o principal alimento que vem a mente das pessoas quando se pensa em fonte de cálcio. Isso procede quando trata-se do leite cru, mas não com o leite industrializado. Quando o leite é pasteurizado, a enzima fosfatase, que ajuda na absorção do cálcio, é destruída. Portanto, o leite industrializado contém cálcio, mas este não pode ser absorvido pelo organismo, levando o indivíduo a potencialmente desenvolver doenças, como por exemplo pedra no rim e osteoporose. Atualmente, mais e mais jovens vem sendo atingidos pela osteoporose, fato que antes era visto como uma doença pós-menopausa. Por fim, o leite pasteurizado não previne contra osteoporose, ao contrário, ele pode inclusive agravá-la. Existe um estudo feito pela Universidade de Harvard no início dos anos 90 onde um dos grupos, formado por mulheres que ingeriram dois copos de leite industrializado por dia teve maior incidência de osteoporose do que o outro grupo cujas participantes ingeriram  apenas um copo por semana.

Açúcares:

Além de desativar as enzimas do leite, outras substâncias também são alteradas no processo de pasteurização. Quando a lactose é aquecida em altas temperaturas, ela é transformada em beta-lactose, que é um tipo de açúcar absorvido pelo organismo muito mais rapidamente do que a lactose. A beta-lactose, nesse caso, funciona de forma parecida com a sacarose (açúcar refinado), elevando as taxas de glicose no sangue, assim como as de insulina, e no entanto  sobrecarregando o pâncreas (só lembrando que quando o pâncreas resolver se aposentar, a diabetes baterá na porta). Pois qual é a função do pâncreas? Uma delas é produzir insulina para resgatar o açúcar do sangue e levar para as células. Porém, se muita insulina é produzida devido ao grande pico de açúcar (glicose) no sangue, mais açúcar será depositado nas células do que o necessário, baixando assim o seu nível no sangue e provocando sintomas de hipoglicemia. Para reverter a hipoglicemia, as pessoas então buscam por mais açúcar, ou talvez até por mais leite, criando um ciclo de alta e baixa taxa de glicose, o que pode eventualmente levar a depressão, ansiedade, crises de pânico, distúrbios hormonais e obesidade.

Proteínas:

Algumas proteínas presentes no leite se tornam desnaturadas (tem sua estrutura original modificada) quando aquecidas e passam a ser tratadas pelo nosso organismo como uma substância estranha ao corpo. Assim identificadas pelo sistema imunológico, desencadeia-se um processo alérgico como uma reação a presença dessas proteínas. Algumas pessoas tem reações alérgicas mais brandas, e outras mais fortes. Mas até mesmo para aqueles que tem leves reações alérgicas ao leite, o fato de ingeri-lo freqüentemente pode trazer diversas reações do organismo, tais como: enxaquecas, gripes, infecções no ouvido, etc. Mas a desvantagem da alergia branda é que  pode-se levar anos para descobrir que seu verdadeiro causador é o leite.

O sistema imunológico (nosso mecanismo de defesa) é muito importante para o funcionamento do organismo. Porém, se atacarmos o sistema imunológico diariamente com um copo de leite industrializado pela manhã, por exemplo, o organismo não terá capacidade de se curar. Além disso, essas proteínas desnaturadas do leite podem predispor o organismo a doenças auto-imunes. Os anticorpos feitos para atacar o leite, podem acabar se confundindo e atacando seus próprios órgãos, e assim causando doenças auto-imunes.

Se você sofre por causa de gripes recorrentes, asma, diarréia, enxaquecas, “eczema”, etc, tente evitar o leite e observe se você se sente melhor. Provavelmente você vai se sentir melhor SIM!!! Depois deste teste, se você realmente adora leite e não consegue viver sem ele por muito tempo, substitua-o por iogurte ou coalhada natural.