Durante o retiro macrobiótico que fiz em agosto de 2012 com o Professor Tomio Kicuchi, a palestra do ginecologista e homeopata Dr. Jorge Hodick foi a que mais me interessou. A palestra foi sobre a medicina da "anti-natureza" e seus métodos "anti-naturais" de cura, e o que podemos fazer para reverter ou pelo menos evitar a participação dessa poderosa indústria no nosso dia-a-dia. Um método que chamou minha atenção foi a maneira como ele explicou a anatomia humana, especialmente a anatomia dental, determina como devemos nos alimentar nos dias de hoje.

Primeiro, depois de milhares de anos de evolução e de mutações, o ser humano hoje têm 32 dentes dos quais 12 são molares, 8 pré-molares, 8 são incisivos, e 4 são caninos. Os molares e pré-molares foram feitos para triturar grãos e cereais. Os incisivos são mais apropriados para morder legumes, enquanto que os caninos são usados para rasgar carne. Por isso os seres humanos têm 60% de seus dentes feitos para moer grãos, 25% para morder legumes e frutas (se preferir), e 15% para rasgar carne. Conclui-se que, de acordo com a anatomia dental humana, a dieta mais natural para o ser humano, que lhe proporcione uma vida em harmonia com o meio-ambiente e com sua própria saúde, seja composta de 60% de grãos, 25% de vegetais, e 15% de proteína animal.

Em segundo lugar, de acordo com o nosso sistema digestivo, nossa via digestiva é muito mais longa do que a dos carnívoros e muito menor do que dos herbívoros. Este aparelho digestivo, único/próprio do ser humano indica que somos capazes de digerir os alimentos tanto de origem vegetal como animal, ou seja somos seres onívoros. E, ao mesmo tempo, nossa saliva alcalina contém enzimas digestivas feitas de amido "desagregado" e um ácido estomacal que pode nos ajudar a digerir tanto os carboidratos quanto a proteína animail. Portanto, uma dieta composta primordialmente de grãos e legumes, complementados com um pouco de proteína animal (carne não necessariamente vermelha) parece ser a mais adequada ao ser humano de hoje. No entanto, há uma grande parte da população que ingere muito mais proteína animal do que o é necessário para manter uma boa saúde, o que, de fato, contribui para a degradação de sua própria saúde e da saúde do planeta Terra.

Então, meu conselho neste caso onde queiram incorporar carne a sua alimentação, é que se coma pouca quantidade, sempre orgânica, e que se prefira ovos, peixes e aves ao invés de carne vermelha. Mas é claro que na raça humana há grandes diferenças entre grupos populacionais, etnias, nações e tudo isso contribui e muito para que haja diferentes necessidades alimentares. Acho que podemos interpretar esse cálculo como a base de uma alimentação saudável, e dependendo do caso pode-se ajusta-las às necessidades individuais de cada um. Por exemplo, para um vegetariano, seria adequado trocar a percentagem de proteína animal para feijões e outras leguminosas.

Um outro exemplo, agora sendo meu pessoal, é que eu não consigo comer proteína animal (carne, leite ou ovos) todos os dias, geralmente eu como de duas a 3 vezes por semana, e, quando assim faço, uso apenas como uma forma de temperar minha refeição, e raramente como prato principal. Em relação aos grão, e vegetais, prefiro come-los na mesma proporção. Essa é a minha forma de comer no dia a dia que me faz sentir bem. Mas quando estamos doentes devemos fazer mudanças na alimentação para adequar com o tratamento. Exemplo, uma pessoa com problema renal deveria eliminar a proteína animal por um tempo, já uma pessoa com deficiência de vitamina b12, deveria inserí-la na alimentação por um tempo.

Gosto de ilustrar meus pensamentos pois para entendermos que não deve haver alimentos proibidos na nossa alimentação, mas que devemos consumi-los com critérios, e cuidados de quando, como e quanto comer, respeitando o nosso corpo.